Atribuir castigo divino à humanidade é buscar justificativas para nos reforçarmos na afirmativa: “Eu não podia fazer nada”. Essa pandemia vai passar, assim como muitas que enfrentamos, mas durante esse doloroso processo podemos vir a perder; perder familiares, amigos, conhecidos, pessoas de grande valor, pelo simples fato de serem…pessoas. Mas que tenhamos como aprendizagem o quão limitante é a vida, que as oportunidades devem ser construídas e que a conformidade com a estabilidade da espécie humana é nossa maior armadilha.
No nosso atual cenário podemos perceber que essa crise patológica deixou todos os seres humanos em situação de vulnerabilidade, e a mesma, não se restringiu aos enquadres sociais; poupando as pessoas por suas diferentes classes sociais, etnia ou cor. Ironicamente, diante desses sofrimentos parte da população tende a sobrepor a importância da vida pelo valor de produção que pode ser gerada de cada pessoa, mas, não somos máquinas, contudo, aprendemos a nos comportar como tal.
E se eu te questionar qual o valor da vida? Qual o valor da sua vida? Certamente não conseguirei te ouvir agora, mas uma coisa eu sei, eu concordo com a visão de Helen Keller (2002), quando a mesma afirma: “Enquanto você pode aliviar a dor de alguém, a vida não é em vão.” Sendo assim, te convido a fazer uma auto análise, nós nascemos esperando o fim do mundo, vivemos ansioso e temerosos por esse evento, realizando ações para obter perdão e vida eterna, mas e hoje? Hoje você se permitiu olhar as pessoas a sua volta com mais cuidado, com mais doçura, com mais afeto? Hoje você foi capaz de ver o outro de forma acolhedora, foi capaz de sentir a dor que não te fere, pois ela é do outro? Você foi capaz de ser empático?
Esse momento de leitura foi pensado para que você possa parar um pouco e se olhar, porque muitas vezes a vida só tem valor quando está sobre ameaça. Por fim, eu desejo que todo o nosso conhecimento, nossa inteligência, nossos pensamentos acelerados, tenha como consequência a doçura, o amor pelo próximo e a certeza de que se eu me tornar uma pessoa melhor, o mundo será melhor.
Jessyhanne Amorim
Psicóloga – Atalaia Rações
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